Alfredo Jaar nasceu 1956, em Santiago, Chile. Vive e trabalha em Nova York, EUA. “I can’t go on, I will go on” [Não posso continuar, eu vou continuar] – as palavras de Samuel Beckett, que estão na parede do estúdio de Alfredo Jaar, em Nova York, resumem lindamente seu estado de espírito e sua postura em relação à arte, além de explicar sua paixão pelo pensamento do italiano Antonio Gramsci, que escreveu sobre o pessimismo do intelecto e o otimismo da vontade.
O artista fugiu do Chile sob o domínio de Pinochet. Não podia respirar. E, ainda assim, faz obras enfrentando os horrores mais sombrios da nossa época. Seu objetivo? Mudar o mundo, mas ele confessa que lida diariamente com o fracasso. Acorda no dia seguinte e tenta mais uma vez. É preciso continuar. Ele foi até Ruanda durante o dramático genocídio; viajou a Fukushima para fazer obras-homenagem às vítimas do acidente nuclear; e foi na fronteira entre México e Estados Unidos criar um tributo aos que morreram tentando atravessá-la. Alfredo Jaar alerta: nenhuma imagem é inocente, precisamos reaprender a ver. E, se ainda vivemos no chiaroscuro de onde nascem os monstros, como proposto por Gramsci, Jaar é quem joga luz para nos defendermos.